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Plano de Ensino de Ciência Política I

1.IDENTIFICAÇÃO 

COMPONENTE CURRICULAR: Ciência Política I
UNIDADE OFERTANTE: Instituto de Ciências Sociais – INCIS
CÓDIGO:  CGS02
PERÍODO: 1º período
 
2. EMENTA

Os  pensamentos  clássico  e  medieval  anteriores  ao  surgimento  da  Ciência  Política.  Introdução  ao  objeto e conceitos fundamentais da Ciência Política: poder político, dominação, Estado, soberania, democracia política e formas de governo. Estudo dos fundamentos teórico-formais do Estado moderno nas obras dos clássicos do pensamento  político  moderno:  Maquiavel  e  os  contratualistas  Thomas  Hobbes,  John  Locke  e  Jean-Jacques Rousseau.



3. JUSTIFICATIVA

A filosofia política, até o final do século XV, construiu uma trajetória de reflexões importantes sobre a natureza dos bons governos e os caminhos para o desenvolvimento da virtude social. Somente a partir de Maquiavel assistimos o deslocamento das reflexões na direção da criação de um objeto e um método próprios. Este movimento corresponde igualmente ao processo de dessacralização da política, dando a ela o realismo necessário para operar as categorias. Todavia restaria à ciência nascente o passo significativo de inaugurar o debate sobre a fundação do Estado e da Sociedade civil. Este está contido no contratualismo jusnaturalista de Hobbes, Locke e Rousseau. Faltava ainda analisar o Estado fundado a partir de seus poderes divididos, tarefa que traz à disciplina a contribuição de Montesquieu. Portanto, esta disciplina introduz o pensamento clássico da política, trazendo à baila as principais categorias inauguradoras da Ciência Política.



4. OBJETIVO



4.1. Objeto Geral: Propiciar aos estudantes iniciantes no Curso, o estudo introdutório sobre o objeto e a abordagem própria da Ciência Política a partir dos autores clássicos do pensamento político moderno.



4.2. Objetivos Específicos: Conhecer o contexto histórico de constituição da Política como ciência; presentar e discutir o objeto e método da Ciência Política;  Discutir os principais conceitos operados pela Ciência Política a partir dos clássicos do pensamento político moderno..



5. PROGRAMA

Unidade 01 – Origens do pensamento político

1.                  Platão, Aristóteles e Cícero

Unidade 02 - Maquiavel e a secularização do poder político

1.               Natureza humana e história

2.               A verdade efetiva das coisas

3.               Virtù e fortuna

4.               Força e consentimento

5.               A república e o maquiavelismo

Unidade 03 - A teoria do poder de Estado em Hobbes

1.               O estado de natureza

2.               Origem e função do Estado

3.               Soberania e Estado

Unidade 04 - Locke e o pensamento liberal

1.               A teoria da propriedade

2.               O estado de natureza

3.               Origem, função e limites do Estado

4.               A sociedade civil

Unidade 05 - Rousseau e a República

1.               O fundamento da desigualdade entre os homens

2.               O estado de natureza, a civilização e a república

3.               O contrato social

4.               Vontade geral e soberania (indivisível e inalienável)


6. CRONOGRAMA



7. METODOLOGIA.

A disciplina será ministrada na forma de aulas expositivas, debates em sala de aula, leitura e discussão dos textos ofertados. O plano de ensino, os textos e roteiros estarão disponíveis no endereço: www.lendoacontrapelo.blogspot.com.



8. AVALIAÇÃO

Provas (duas) dissertativas individuais e sem consulta (valor 30 pontos);
Trabalho final (valor 40 pontos) em grupo (até 5 pessoas) cujo objetivo é utilizar conceitos dos autores estudados para analisar algum fenômeno político recente.

9. BIBLIOGRAFIA

9.1 - Básica

1.            MIRANDAFILHO, Mário. Politéia e virtude: as origens do pensamento republicanoclássico. In: QUIRINO, C. G. et al (org.). Clássicos do Pensamento Político.São Paulo: Editora Universidade de São Paulo, 1998. p. 23-50.
2.            BERNARDO,Isadora Previde. O De Re Publica, de Cícero: natureza, política e história.Dissertação de Mestrado. USP, 2012. p. 9-49.
3.            MAQUIAVEL,Nicolau.   O Príncipe.   São Paulo, Abril Cultural, 1999.  p. 35-151. (cap. I-XX)
4.            MAQUIAVEL,Nicolau. Comentários sobre a Primeira Década de Tito Lívio. Brasília: Ed. UnB,1973. P. 13-119. (livro I, caps. I-XXXIV). cap. 10, 20, 45, 49, 55, 57, 58 dolivro I; e 9 e 29 do Livro III
5.            HOBBES,Thomas.   Leviatã ou Matéria, forma epoder de um estado eclesiástico e civil.  3 ed.   São Paulo, Abril Cultural,1999.  P. 83-90; 107-134; 141-162;171-181; 207-262. (Col. "Os Pensadores", caps. X, XIII a XV, XVII aXIX, XXI, XXVI a XXX).
6.            LOCKE,John.  Segundo tratado sobre o governo.Petrópolis: Vozes, 1994. p. 81-112; 128-180; 187-234. (caps. I a III, V, VII aXIII, XV a XIX).
7.            ROUSSEAU,Jean-Jacques.   Do contrato social.   São Paulo: Hemus, SD. P. 17-110.  (Livros I, II e III).

9.2 – Complementar

9.            DUVERNOY, J. F. Para Conhecer o Pensamento de Maquiavel. Porto Alegre: L&PM Editores, 1984.
10.         SKINNER, Quentin. Maquiavel. São Paulo: Brasiliense, 1988.
11.         CASSIRER, Ernst. O Mito do Estado. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1976. caps. X, XI e XII.
12.         ANDERSON, Perry. Linhagens do Estado Absolutista. São Paulo: Brasiliense, 1989, 2a. ed., pp. 143-172. (o capítulo sobre a "Itália")
13.         BIGNOTTO, Newton. Maquiavel Republicano. São Paulo: Edições Loyola, 1991.
14.         SADEK, Maria Tereza. Nicolau Maquiavel: o cidadão sem fortuna, o intelectual de virtú. In: WEFFORT, Francisco (org.). Os clássicos da política. 8ª Ed. Vol. 1. São Paulo: Ática, 1997. p. 11-50.
15.         LEFORT, Claude. Sobre a lógica da força. In: Quirino QUIRINO, C. G. e SOUZA, M.T.S.R. de (orgs.) - O Pensamento Político Clássico (Maquiavel, Hobbes, Locke, Montesquieu, Rousseau). São Paulo, TAQ, 1980. p. 27-47.
16.         ADVERSE, Helton. Maquiavel, a república e o desejo de liberdade. Revista Trans/Form/Ação, São Paulo, 30(2), 2007. p. 33-52.*
17.         SOUZA, Ricardo Luiz de. Maquiavelismo: a teoria e o adjetivo. Revista de história e estudos culturais. Out/Nov/dez. vol 4, ano IV, nº 4. 2007.*
18.         RIBEIRO, Renato Janine. Ao Leitor sem Medo. São Paulo: Brasiliense, 1984.
19.         RIBEIRO, Renato Janine. Hobbes: o medo e a esperança. In: WEFFORT, Francisco (org.). Os clássicos da política. 8ª Ed. Vol. 1. São Paulo: Ática, 1997. p. 51-78.
20.         MONTEIRO, João Paulo. A ideologia do Leviatã hobbesiano. In: QUIRINO, C.G., VOUGA, C. BRANDÃO, G. M. (orgs.). Clássicos do pensamento político. 2ª Ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2004. p. 77-90.*
21.         POLIN, Raymond. O indivíduo e o Estado. In: QUIRINO, C. G. e SOUZA, M.T.S.R. de (orgs.) - O Pensamento Político Clássico (Maquiavel, Hobbes, Locke, Montesquieu, Rousseau). São Paulo, TAQ, 1980. p. 107-112.
22.         CASTELO BRANCO, Pedro Hermílio Villas Boas. Poderes visíveis versus poderes invisíveis no Leviatã de Thomas Hobbes. Rev. Sociol. Polít., Curitiba, nº 23, nov. 2004. p. 23-41.*
23.         ANDERSON, Perry. O Estado absolutista no Ocidente. In: Linhagens do Estado absolutista. São Paulo: Brasiliense, 2004. p. 15-41.
24.         MACPHERSON, C. B. A teoria política do individualismo possessivo: De Hobbes a Locke. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. p. 21-115.
25.         LASLETT, Peter. A teoria política e social dos "Dois Tratados sobre o Governo". In: QUIRINO, C. G. e SOUZA, M.T.S.R. de (orgs.) - O Pensamento Político Clássico (Maquiavel, Hobbes, Locke, Montesquieu, Rousseau). São Paulo, TAQ, 1980. p. 207-235.
26.         MELLO, Leonel Itaussu Almeida. John Locke e o individualismo Liberal. In: WEFFORT, Francisco (org.). Os clássicos da política. 8ª Ed. Vol. 1. São Paulo: Ática, 1997. p. 79-110.
27.         BOBBIO, Norberto. Locke e o direito natural. Brasília: UnB, 1998. p.69-152 e p. 155-246.
28.         MACPHERSON, C. B. A teoria política do individualismo possessivo: De Hobbes a Locke. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979. p. 205-273.
29.         POLIN, Raymond. Indivíduo e comunidade. In: QUIRINO, C. G. e SOUZA, M.T.S.R. de (orgs.) - O Pensamento Político Clássico (Maquiavel, Hobbes, Locke, Montesquieu, Rousseau). São Paulo, TAQ, 1980. p. 131-164.
30.         GOUGH, J. W. A teoria de Locke sobre a propriedade. In: QUIRINO, C. G. e SOUZA, M.T.S.R. de (orgs.) - O Pensamento Político Clássico (Maquiavel, Hobbes, Locke, Montesquieu, Rousseau). São Paulo, TAQ, 1980. p. 165-182.
31.         GOUGH, J. W. A separação de poderes e soberania. In: QUIRINO, C. G. e SOUZA, M.T.S.R. de (orgs.) - O Pensamento Político Clássico (Maquiavel, Hobbes, Locke, Montesquieu, Rousseau). São Paulo, TAQ, 1980. p. 183-206.
32.         KUNTZ, Rolf. Locke, liberdade, igualdade e propriedade. In: QUIRINO, C. G., VOUGA, C. BRANDÃO, G. M. (orgs.). Clássicos do pensamento político. 2ª Ed. São Paulo: Editora da universidade de São Paulo, 2004. p. 91-120.
33.         HILL, Christopher. A Revolução Inglesa de 1640. São Paulo: Estudos Vermelhos, 2009.
34.         MACHADO, Lourival Gomes. Homem e Sociedade na Teoria Política de Jean-Jacques Rousseau. São Paulo: Martins Fontes/Edusp, 1968.
35.         MERQUIOR, José Guilherme. "A Filosofia política de Rousseau", in Rousseau e Weber - Dois ensaios sobre a teoria da legitimidade. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1980, pp. 15-94
36.         NASCIMENTO, Milton Meira. Rousseau: da servidão à liberdade. In: WEFFORT, Francisco (org.). Os clássicos da política. 8ª Ed. Vol. 1. São Paulo: Ática, 1997. p. 187-243.


10. APROVAÇÃO

Aprovado em reunião do Colegiado realizada em:   /            / _____.


Coordenação do Curso de Graduação

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