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Plano de Ensino de Evolução das Ideias Sociais 2019/2

1. IDENTIFICAÇÃO
COMPONENTE CURRICULAR: Evolução das Ideias Sociais
UNIDADE OFERTANTE: Instituto de Economia CÓDIGO: GRI 004
PERÍODO/SÉRIE: 1º

2. EMENTA
As concepções clássicas grega e medieval em torno da relação Estado-Sociedade Civil-Família. A instituição histórica e discursiva daqueles que serão os níveis básicos de sociabilidade das sociedades modernas. A concepção católica medieval de justiça. As questões da usura e do preço-justo. A autonomização do discurso político em Maquiavel. A concepção de Estado e Sociedade em Hobbes. O advento do liberalismo de Locke e o Iluminismo francês. A Crítica Rousseniana à sociedade moderna.

3. JUSTIFICATIVA
A filosofia política, até o final do século XV, construiu uma trajetória de reflexões importantes sobre a natureza dos bons governos e os caminhos para o desenvolvimento da virtude social. Somente a partir de Maquiavel assistimos o deslocamento das reflexões na direção da criação de um objeto e um método próprios. Este movimento corresponde igualmente ao processo de dessacralização da política, dando a ela o realismo necessário para operar as categorias. Todavia restaria à ciência nascente o passo significativo de inaugurar o debate sobre a fundação do Estado e da Sociedade civil. Este está contido no contratualismo jusnaturalista de Hobbes, Locke e Rousseau.

4. OBJETIVO

Objetivo Geral:

A disciplina tem por objetivo analisar o processo de constituição da teoria política como um campo autônomo do conhecimento a partir da reflexão sobre a origem, os fundamentos e o exercício do poder, levada a cabo durante o próprio processo de constituição do Estado moderno. Para tal são discutidos os enfoques de alguns dos autores considerados clássicos do pensamento político moderno: Maquiavel, Locke, Hobbes e Rousseau. Ao longo do estudo desses autores são destacadas as diferentes soluções que deram para as complexas relações entre Estado e sociedade.

Objetivos Específicos:


5. PROGRAMA

Unidade 1 - Por que ler os clássicos?

O pensamento político anterior a Maquiavel
A revalorização dos clássicos.


Unidade 2 - Maquiavel e a dessacralização da política

Natureza humana e história
A verdade efetiva das coisas
Virtù e fortuna
Força e consentimento
A república e o maquiavelismo

Unidade 3 - A tradição jusnaturalista

O que é o direito natural?
Jusnaturalismo e a explicação da origem do Estado
Limites do direito natural


Unidade 4 - Hobbes: Estado de natureza e contrato

O estado de natureza
Origem e função do Estado
Soberania e Estado

Unidade 5 - Locke e o liberalismo clássico

A teoria da propriedade
O estado de natureza
Origem, função e limites do Estado
A sociedade civil

Unidade 6 - Rousseau: vontade geral e teoria democrática
 

O fundamento da desigualdade entre os homens
O estado de natureza, a civilização e a república
O contrato social
Vontade geral e soberania (indivisível e inalienável)


6. METODOLOGIA

Aulas expositivas (Datashow). O Plano de curso e boa parte dos textos encontram-se no blog http://lendoacontrapelo.blogspot.com/.


7. AVALIAÇÃO

1. Prova individual (30 pontos);
2. Prova individual (30 pontos);
3. Trabalho Final em grupo (40 pontos) com o objetivo de atualizar o pensamento clássico, submetendo alguma reportagem jornalística recente a uma análise baseada nas categorias de Maquiavel, Hobbes, Locke ou Rousseau.


8. CRONOGRAMA






9. BIBLIOGRAFIA

Básica

Unidade 1 – Introdução


1. VOUGA, Cláudio. A leitura dos clássicos. In: QUIRINO, C. G. et ali (org.). Clássicos do Pensamento Político. São Paulo: Editora Universidade de São Paulo, 1998. p. 13-22.*
2. MIRANDA FILHO, Mário.Politéia e virtude: as origens do pensamento republicano clássico. In: QUIRINO, C. G. et al (org.). Clássicos do Pensamento Político. São Paulo: EditoraUniversidade de São Paulo, 1998. p. 23-50.*


Unidade 2 – Maquiavel e a dessacralização da política
 

3. MAQUIAVEL, Nicolau. OPríncipe. São Paulo, AbrilCultural, 1999. p. 35-151. (cap. I-XX)

Unidade 3 – O jus naturalismo

4. BOBBIO, Norberto. Locke e o direito natural. Brasília:UnB, 1998. p. 13-65.

Unidade 4 – Hobbes e o Leviatã

5. HOBBES, Thomas. Leviatã ou Matéria, forma e poder de umestado eclesiástico e civil. 3 ed. São Paulo, Abril Cultural, 1999. P. 83-90; 107-134; 141-162; 171-181; 207-262.(Col. "Os Pensadores", caps. X, XIII a XV, XVII a XIX , XXI, XXVI aXXX ).

Unidade 5 – Locke, o liberalismo, o indivíduo e a propriedade

6. LOCKE,John. Segundo tratado sobre o governo. Petrópolis: Vozes, 1994. p.81-112; 128-180;187-234. (caps. I a III, V, VII a XIII, XV a XIX).

Unidade 6 – Rousseau e o contrato social

ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do contrato social. São Paulo: Hemus, SD. P. 17-110. (Livros I, II e III).

Complementar

Unidade 1 – Introdução

1. VOUGA, Cláudio. A leitura dos clássicos. In: QUIRINO, C. G. et ali (org.). Clássicos do Pensamento Político. São Paulo: Editora Universidade de São Paulo, 1998. p. 13-22.*
2. ANDERSON, Perry. Passagens da Antigüidade ao Feudalismo. 5ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1998. p. 15-28.
3. MIRANDA FILHO, Mário. Politéia e virtude: as origens do pensamento republicano clássico. In: QUIRINO, C. G. et al (org.). Clássicos do Pensamento Político. São Paulo: Editora Universidade de São Paulo, 1998. p. 23-50.*
4. SÓFOCLES. Édipo Rei. Porto Alegre: L&PM, 2001.

Unidade 2 – Maquiavel e a dessacralização da política

5. MAQUIAVEL, Nicolau. Comentários sobre a Primeira Década de Tito Lívio. Brasília: Ed. UnB, 1973. P. 13-119. (livro I, caps. I-XXXIV). cap. 10, 20, 45, 49, 55, 57, 58 do livro I; e 9 e 29 do Livro III
6. SADEK, Maria Tereza. Nicolau Maquiavel: o cidadão sem fortuna, o intelectual de virtú. In: WEFFORT, Francisco (org.). Os clássicos da política. 8ª Ed. Vol. 1. São Paulo: Ática, 1997. p. 11-50.
7. LEFORT, Claude. Sobre a lógica da força. In: Quirino QUIRINO, C. G. e SOUZA, M.T.S.R. de (orgs.) - O Pensamento Político Clássico (Maquiavel, Hobbes, Locke, Montesquieu, Rousseau). São Paulo, TAQ, 1980. p. 27-47.
8. ADVERSE, Helton. Maquiavel, a república e o desejo de liberdade. Revista Trans/Form/Ação, São Paulo, 30(2), 2007. p. 33-52.
9. SOUZA, Ricardo Luiz de. Maquiavelismo: a teoria e o adjetivo. Revista de história e estudos culturais. Out/Nov/dez. vol 4, ano IV, nº 4. 2007.*

Unidade 3 – O jus naturalismo

10. BOBBIO, Norberto. Locke e o direito natural. Brasília: UnB, 1998. p. 13-65.
11. BOBBIO, Norberto. BOVERO, Michelangelo. O caráter do jusnaturalismo. In: BOBBIO, N. BOVERO, M. Sociedade e Estado na filosofia política moderna. São Paulo: brasiliense, 1998. p. 13-100.
12. BOBBIO, Norberto. Dicionário de Política. Brasília: UnB. (verbete: jusnaturalismo)

Unidade 4 – Hobbes e o Leviatã
13. RIBEIRO, Renato Janine. Hobbes: o medo e a esperança. In: WEFFORT, Francisco (org.). Os clássicos da política. 8ª Ed. Vol. 1. São Paulo: Ática, 1997. p. 51-78.
14. MONTEIRO, João Paulo. A ideologia do Leviatã hobbesiano. In: QUIRINO, C.G., VOUGA, C. 7 BRANDÃO, G. M. (orgs.). Clássicos do pensamento político. 2ª Ed. São Paulo: Editora da universidade de São Paulo, 2004. p. 77-90.*
15. POLIN, Raymond. O indivíduo e o Estado. In: Quirino QUIRINO, C. G. e SOUZA, M.T.S.R. de (orgs.) - O Pensamento Político Clássico (Maquiavel, Hobbes, Locke, Montesquieu, Rousseau). São Paulo, TAQ, 1980. p. 107-112.
16. CASTELO BRANCO, Pedro Hermílio Villas Boas. Poderes visíveis versus poderes invisíveis no Leviatã de Thomas Hobbes. Rev. Sociol. Polít., Curitiba, nº 23, nov. 2004. p. 23-41.*
17. ANDERSON, Perry. O Estado absolutista no Ocidente. In: Linhagens do Estado absolutista. São Paulo: Brasiliense, 2004. p. 15-41.

Unidade 5 – Locke, o liberalismo, o indivíduo e a propriedade

18. MELLO, Leonel Itaussu Almeida. John Locke e o individualismo Liberal. In: WEFFORT, Francisco (org.). Os clássicos da política. 8ª Ed. Vol. 1. São Paulo: Ática, 1997. p. 79-110.
19. BOBBIO, Norberto. Locke e o direito natural. Brasília: UnB, 1998. p.69-152.
20. BOBBIO, Norberto. Locke e o direito natural. Brasília: UnB, 1998. p. 155-246.
21. MACPHERSON, C. B. A teoria política do individualismo possessivo: De Hobbes a Locke. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
22. POLIN, Raymond. Indivíduo e comunidade. In: Quirino QUIRINO, C. G. e SOUZA, M.T.S.R. de (orgs.) - O Pensamento Político Clássico (Maquiavel, Hobbes, Locke, Montesquieu, Rousseau). São Paulo, TAQ, 1980. p. 131-164.
23. GOUGH, J. W. A teoria de Locke sobre a propriedade. In: Quirino QUIRINO, C. G. e SOUZA, M.T.S.R. de (orgs.) - O Pensamento Político Clássico (Maquiavel, Hobbes, Locke, Montesquieu, Rousseau). São Paulo, TAQ, 1980. p. 165-182.

24. GOUGH, J. W. A separação de poderes e soberania. In: Quirino QUIRINO, C. G. e SOUZA, M.T.S.R. de (orgs.) - O Pensamento Político Clássico (Maquiavel, Hobbes, Locke, Montesquieu, Rousseau). São Paulo, TAQ, 1980. p. 183-206.
25. KUNTZ, Rolf. Locke, liberdade, igualdade e propriedade. In: QUIRINO, C. G., VOUGA, C. 7 BRANDÃO, G. M. (orgs.). Clássicos do pensamento político. 2ª Ed. São Paulo: Editora da universidade de São Paulo, 2004. p. 91-120.
26. HILL, Christopher. A Revolução Inglesa de 1640. São Paulo: Estudos Vermelhos, 2009.

Unidade 6 – Rousseau e o contrato social
27. NASCIMENTO, Milton Meira. Rousseau: da servidão à liberdade. In: WEFFORT, Francisco (org.). Os clássicos da política. 8ª Ed. Vol. 1. São Paulo: Ática, 1997. p. 187-243.
28. DURKHEIM. Émile. O contrato social e a constituição do corpo político. In: Quirino QUIRINO, C. G. e SOUZA, M.T.S.R. de (orgs.) - O Pensamento Político Clássico (Maquiavel, Hobbes, Locke, Montesquieu, Rousseau). São Paulo, TAQ, 1980. p. 351-378.
29. CASSIRER, Ernst. A questão de Jean-Jacques Rousseau. In: Quirino QUIRINO, C. G. e SOUZA, M.T.S.R. de (orgs.) - O Pensamento Político Clássico (Maquiavel, Hobbes, Locke, Montesquieu, Rousseau). São Paulo, TAQ, 1980. p. 379-418.
30. NASCIMENTO, Milton Meira. Reivindicar direitos segundo Rousseau. In: QUIRINO, C.G., VOUGA, C. 7 BRANDÃO, G. M. (orgs.). Clássicos do pensamento político. 2ª Ed. São Paulo: Editora da universidade de São Paulo, 2004. p. 121-134.*


10. APROVAÇÃO

Aprovado em reunião do Colegiado realizada em: ____/______/______

Coordenação do Curso de Graduação em: _______________________________________________

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